Brechós: O atual crescimento desse setor
- Comunicação e Marketing
- 7 de dez. de 2021
- 2 min de leitura
Por: Priscila M. Areco
Colaboradora: Layzi Pimentel
O que antigamente podia ser motivo de chacota, hoje em dia é tendência e motivo de orgulho, especialmente entre a geração Z - definida sociologicamente como a geração de pessoas nascidas entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010. Os brechós se tornaram muito populares nos últimos anos, até mesmo no período de pandemia e isolamento social, a procura por roupas de segunda mão aumentou. Em 2019, segundo a pesquisa da GlobalData divulgada pelo thredUp - um dos maiores brechós online dos EUA -, o setor de brechós contou com um crescimento de 49% sobre o ano anterior e o setor de varejo em geral cresceu 2%.
De acordo com o estudo, o segmento de revendas deve movimentar cerca de US $64 bilhões até 2024. Confira a dimensão do mercado e a estimativa de crescimento:

(Fonte: GlobalData)
Confira também a porcentagem de faixa etária que comprou roupas, calçados ou acessórios de segunda mão:

(Fonte: GlobalData)
A liderança da geração Z no gráfico não se dá por qualquer razão. Com uma crescente angústia sobre o futuro do planeta por conta das consequências geradas pelas gerações antecedentes e uma necessidade de realizar mudanças sociais, é causada uma motivação em se esquivar de práticas passadas. Os motivos principais para a busca dos jovens por roupas em brechós são a preocupação com o meio ambiente e a preocupação em financiar marcas que utilizam de trabalho escravo, além da exclusividade e da qualidade dos produtos.
A indústria da moda é uma das mais nocivas para o meio ambiente e o consumismo que surgiu nos anos 90 e a fast fashion (moda rápida, em português) são grande parte do problema. As marcas de fast fashion expõem cerca de 150 bilhões de roupas todo ano, pois elas têm curta duração por conta da qualidade propositalmente ruim e o ciclo rápido das tendências nas quais são baseadas. A produção de peças com curto prazo de “vida” gera um contínuo descarte de peças, que pode, por exemplo, acarretar em toneladas de microfibras, substâncias químicas e materiais não-biodegradáveis nos oceanos.
Além disso, algumas marcas utilizam de trabalho escravo ou “semi-escravo”, onde os trabalhadores são submetidos a condições de trabalho precárias, não recebem suficientemente dinheiro e situações de perigo no ambiente de trabalho. Alguns exemplos dessas marcas são: Zara, M.Officer, Marisa e marcas de luxo como Dior e Saint Laurent. Nem mesmo marcas que afirmam ser sustentáveis são confiáveis, porque muitas vezes esse é um discurso criado pelo marketing e não uma preocupação verdadeira da empresa, e não passam de greenwashing para enganar os consumidores.

Esse setor vem ganhando muita força entre os jovens que não querem financiar marcas como essas e encontraram nos brechós uma solução atraente. Isso pode significar um passo para um futuro mais sustentável para a indústria da moda.

(Fonte: GlobalData)
Gostou da matéria? Nos siga no Instagram e no Facebook para acompanhar mais posts como esse e confira nossas matérias anteriores.




Comentários