Rewilding: uma nova era para a moda
- Comunicação e Marketing
- 5 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Por Lavínia Dias Claudio,
29/11/2024
Há uma beleza única na ideia de devolver à natureza o que um dia foi dela. Esse é o princípio do movimento “rewilding”, que começou como uma prática ambiental, restaurando ecossistemas degradados, mas que agora ecoa em um novo campo: o design de moda. A moda, muitas vezes criticada por sua desconexão com o planeta, se reconecta com suas raízes e ressignifica seu papel no mundo.

Reprodução Stella McCartney.
Stella McCartney é uma das vozes mais significativas desse movimento. Com sua coleção de inverno de 2024, 90% sustentável, a partir de peças que simulam couro e casacos de peles, ela não apenas veste corpos, mas também reveste a ideia de moda como ferramenta de mudança. Seus vestidos, feitos de viscose proveniente de florestas certificadas e poliéster reciclado, carregam uma mensagem: a moda pode, e deve, ser um ato de cura.


Reprodução Stella McCartney.
No coração dessa coleção, está o objetivo do rewilding: dar espaço para que a natureza floresça ao invés de ser sufocada. McCartney, que cresceu em uma fazenda orgânica, não enxerga sustentabilidade como um slogan de mercado, mas como um dever ético. Cada peça de sua coleção é uma carta de amor à Terra, um lembrete de que cada decisão que tomamos – do corte de um tecido ao descarte de um vestido – molda o mundo em que vivemos.

Reprodução Stella McCartney.
Moda Circular: O fio que não se quebra
O rewilding, na moda, também nos leva à economia circular, um sistema onde nada se perde, tudo se transforma. Aqui, os resíduos da indústria deixam de ser um fardo e tornam-se o alicerce para algo novo. Na coleção de McCartney, isso é traduzido na reutilização de sobras de tecidos e na criação de acessórios veganos com alumínio reciclado. Essa prática vai além de evitar desperdícios; ela celebra o potencial de cada material de viver novamente, em novas formas e contextos.
Esse ciclo virtuoso encontra inspiração no próprio funcionamento da natureza. Em uma floresta rewilded, tudo cumpre um propósito: o que cai no chão alimenta novas vidas. Na moda circular, um vestido que não serve mais pode renascer como um novo produto, perpetuando um ciclo onde criatividade e responsabilidade coexistem.
Enquanto caminhamos por uma era onde o impacto ambiental da moda se torna impossível de ignorar, o movimento rewilding nos desafia a repensar a relação entre humanidade e natureza. E, talvez, o desafio seja menos sobre criar algo novo e mais sobre ouvir o que a natureza tem a dizer.



Reprodução Stella McCartney.
As roupas, nesses termos, transcendem sua funcionalidade. Tornam-se histórias vivas de como podemos nos reconectar com o mundo ao nosso redor. Ao vestir uma peça da coleção de Stella McCartney, não estamos apenas cobrindo nossos corpos, mas também abraçando um movimento que nos lembra que a verdadeira beleza é cuidar.
Que a moda se torne, então, mais selvagem no melhor sentido: livre, regenerativa e viva. Não como um acessório do presente, mas como uma ponte para um futuro onde estilo e sustentabilidade caminham lado a lado, como partes de um mesmo tecido.
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