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ESCÂNDALO AMBIENTAL: H&M e Zara na Mira por Práticas Antiéticas com Algodão Brasileiro

  • Comunicação e Marketing
  • 11 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

Por: Beatriz Sampaio

11 de Maio de 2024



Fonte: Earthsight, 2024.


O uso e abuso dos recursos naturais brasileiros não é mais novidade, a destruição e desmatamento se faz presente para benefício das mais diversas indústrias, nacionais e internacionais. Uma destruição similar está se passando de maneira despercebida, o crescimento do algodão brasileiro como commodity internacional é motivo de preocupação e mudanças para menores prejuízos socioambientais. 


O algodão brasileiro, plantado no Estado da Bahia, tem tido crescimento extremamente significativo no mercado mundial, o Brasil, em 2023, atingiu o patamar de segundo maior exportador mundial de algodão, perdendo apenas para os Estados Unidos. Essa expansão fomentou os olhos da indústria têxtil pelo mundo, a fundação não governamental earthsight realizou uma investigação aprofundada, durante um ano, para rastrear as origens e os destinos da produção do algodão brasileiro. 


A fundação descobriu que as produções de algodão, concentradas no Estado da Bahia, ocupam, desmatam e destroem áreas de proteção e preservação ambiental. O cerrado, bioma dessa região, é único e exclusivo brasileiro, tendo perdido 50% de seus domínios originais devido a dominações e destruições ilegais. Além disso, a região da Bahia afetada tem intensas relações culturais e sociais com seus moradores, que dependem da savana brasileira para sustento próprio. Logo, compreende-se que o aumento da produção de algodão tem íntima relação com práticas anti-éticas que geram consequências socioambientais para todo um ecossistema. 


Fonte: Ecoa, 2020.


A earthsight aprofunda ainda mais no seus dados e conecta um dos maiores conglomerados do mundo da moda com esse algodão, agressor às práticas sustentáveis, sendo que essas mesmas marcas afirmam responsabilidades ambientais.


A H&M e a Inditex, dona da Zara, são as maiores empresas de vestuário do mundo, combinados possuem lucros de cerca de 41 mil milhões de dólares. A H&M tem 4.400 lojas em todo o mundo, enquanto a Zara e outras marcas da Inditex: Pull&Bear, Bershka, Massimo Dutti, Stradivarius, têm quase 6.000. H&M e Zara são líderes globais na indústria de fast fashion, produzindo inúmeras coleções de roupas todos os anos. 


Essas marcas são líderes mundiais do fast fashion e são destino final do algodão brasleiro. Porém, elas não compram diretamente das produtoras brasileiras, SLC Agrícola e Grupo Horita, empresas asiáticas fazem esse intercâmbio. Na Ásia, o algodão cru é passado por diversos processos de tratamento químicos e  físicos que o transformam no algodão comercial têxtil. 


Fonte: Better Cotton


H&M e Zara são uma das grandes empresas da moda que utilizam o algodão com certificação Better Cotton, esse selo supostamente deveria aprovar e confirmar que esse algodão é produzido de forma ética e sustentável. Com os estudos da fundação foi afirmado que o Brasil produz cerca de 42% do algodão mundial certificado pelo Better Cotton, ou seja, aparentemente o Brasil é quem detém a produção de algodão sustentável do mundo. Entretanto, o algodão fruto da grilagem, ocupação e desmatamento ilegal do cerrado também foi certificado pelo Better Cotton. Dessa forma, entende-se que as certificações são fraudulentas, frutos de processos de greenwashing e falta de legislações. 



O estudo completo e detalhado pode ser encontrado no link abaixo:

 
 
 

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