A moda como caminho de autoexpressão e pertencimento
- Comunicação e Marketing
- 8 de abr.
- 2 min de leitura
Quais caminhos podemos tomar para realmente compreender o que é estilo pessoal.
Por: Mali Lourenço
08/04/2025

Erica Badu no evento da Billboard women in music
Ontem li mais um daqueles artigos sobre como encontrar o nosso estilo pessoal. E aí parei pra pensar: quantos desses eu já não devo ter lido, tentando descobrir o que exatamente significa ter um estilo próprio? Foi então que me deparei com uma frase da cantora Xenia França que realmente me pegou:
“Uma pessoa por inteiro engrandece um look muito mais do que um look tem o poder de engrandecer uma pessoa.”

E essa frase virou uma chavinha na minha cabeça.
A moda, em sua essência, é um campo vasto e diversificado, que vai além da mera funcionalidade do vestuário. Ela se tornou uma poderosa ferramenta de autoexpressão, permitindo que cada indivíduo possa se descobrir e valorizar suas singularidades. A forma como nos vestimos tem o poder de comunicar aspectos da nossa identidade, crenças e até mesmo do nosso estado emocional, funcionando como um espelho de quem somos e como nos vemos no mundo.
Mas a moda não é apenas sobre o indivíduo. Ela também está intrinsecamente ligada ao senso de pertencimento, criando uma conexão com a nossa comunidade e permitindo que compartilhemos símbolos e referências culturais. Esse sentimento de pertencimento é essencial para a construção da nossa autoestima, pois é no meio de outros que encontramos apoio e, muitas vezes, um reflexo de nossas próprias aspirações.

No entanto, o caminho que nos leva a encontrar nosso estilo pessoal é repleto de complexidade, especialmente quando se observa as influências externas no mundo da moda. Designers, por exemplo, dedicam suas vidas ao desenvolvimento de novas propostas e cortes inovadores, mas nem sempre têm liberdade total para criar de maneira genuína. A pressão do mercado e do capitalismo impõe uma necessidade de criar algo "vendável", que atenda a um público amplo, mas que muitas vezes não comunica nada de verdadeiramente único ou pessoal. Isso reflete um paradoxo no qual os consumidores, em busca de um estilo próprio, acabam se deparando com tendências que, ao invés de representarem a individualidade, acabam apenas reforçando padrões globais sem sentido para sua essência.

Portanto, compreender-se como um ser individual que influencia e é influenciado pela moda é fundamental para o processo de construção de um estilo autêntico. Ao fazer isso, somos capazes de refletir sobre nossos hábitos de consumo, entender quais criadores e movimentos nos impactam, e, de maneira consciente, fazer escolhas que nos aproximem mais daquilo que realmente nos representa. Afinal, ser capaz de se reconhecer no que vestimos é o primeiro passo para continuar pertencendo a uma comunidade de indivíduos autênticos e, ao mesmo tempo, livres.
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