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CALÇA SKINNY É CRINGE?

  • Comunicação e Marketing
  • 25 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Como é a relação da Geração Z com a moda.


No último mês, mais uma discussão inflamou a internet. O motivo da vez foi a thread no Twitter da Carol Rocha (@tchulim), que compilou diversas coisas que os Millennials faziam consideradas “cringe” (ou vergonha-alheia) pela Geração Z.


Entre coisas como falar de boletos e tomar café da manhã, um objeto chamou atenção na lista. Ou melhor, uma peça de roupa: A calça skinny.


A modelagem surgiu durante o movimento punk dos anos 80, mas se popularizou da forma como o conhecemos no ano de 2005, quando a modelo Kate Moss foi fotografada utilizando a peça, estampando diversas revistas.


Kate Moss e a famosa foto de jeans skinny

(EVE GARDINER 2021)


Diversos ícones da época passaram então a serem adeptos da calça, como Lindsay Lohan e Paris Hilton, muitas vezes combinando o estilo justo com a cintura baixíssima. O modelo se tornou de uso popular, ainda que favorecesse corpos magros e padronizados, e passou a ser peça chave do guarda roupa.


No entanto, com a ascensão da "Geração Z", aqueles nascidos no final dos anos 90 e até meados dos anos 2000, surge um novo consumidor, e consequentemente, o mercado da moda precisou se adaptar aos seus novos clientes.


Peças largas e confortáveis, adornadas com logos de marcas do streetwear e sportwear passaram a ser predominantes, influenciadas pelo hip-hop dos anos 90 e o Fortalecimento do Trap nos últimos anos. O movimento também trouxe de volta calças jogger e bucket hats. A cantora Billie Eilish, nascida em 2001, se tornou um marco ao trazer esse estilo inclusive para os tapetes de importantes premiações, nas quais apenas se viam vestidos de gala.


Billie Eilish

(POPSUGAR 2020)


Olivia Rodrigo

(PINTEREST 2021)


Combinação da calça Baggy com moletom Nike. Ambos referências ao streetwear.

(PINTEREST 2021)


Corta-ventos com cores vibrantes, estampas tie-dye e calças Baggy são influências dos anos 70 e 80, cuja estética é fartamente encontrada em sites de inspiração como Pinterest. Outra peça chave que vem tendo imensa procura é a calça Mom, utilizada nos anos 90.


Tal fato pode ser explicado por diversos fatores. É inegável que o acesso à internet facilitou a busca por referências, tornando possível a autonomia de criação de estilo de cada um. Mas um fator apontado é a influência da família. Os pais da geração Z em sua maioria viveram o estilo dos anos 80 e 90, tendo compartilhado essas influências com seus filhos, e até mesmo peças antigas. E esse conceito também foi fortemente explorado na busca do “vintage”.


A cultura do garimpo e dos brechós tem crescido e se espalhado. Com uma responsabilidade ambiental acima das gerações anteriores, a perspectiva de peças únicas e diferentes aliada ao debate sobre a indústria da moda enquanto insustentável tem afastado a geração Z das Fast Fashion, aproximando-a cada vez mais das lojas de segunda mão, e até mesmo do DIY, uma vez que o ramo de luxo não se mostra acessível a todos.


Outro fator importante é o crescente debate sobre a pluralidade. Na era das supermodelos a magreza era supervalorizada, e as modelagens de roupas apenas favoreciam corpos que se encaixavam nesse determinado padrão. No panorama atual, diferentes corpos são contemplados, com marcas lançando coleções plurais e apresentando desfiles com modelos de variados tamanhos. O conceito do genderless também tem crescido, ao ressignificar as noções de feminilidade e masculinidade construídas como estigma.


ASOS Collusion Collection

(BRITISH VOGUE 2018)


Em suma, embates entre gerações passam a ser inevitáveis. No entanto, a principal

mensagem que os gen Z devem passar ao futuro é a de que moda deve

transmitir quem você é de verdade, sem amarras ou preconceitos, alinhando a

estética ao bem-estar e à liberdade de expressão.




 
 
 

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