BALACLAVA
- Comunicação e Marketing
- 12 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
História e problemática
Por: Priscila Areco
Colaboradora: Julia Marcon
A balaclava é um dos acessórios mais populares e polêmicos do momento. O acessório, que cobre cabeça e pescoço, e, por vezes, quase totalmente o rosto (exceto pelos olhos), tornou-se objeto de destaque na moda de inverno do hemisfério norte no fim de 2021. Além de fazer sucessos nas passarelas de Miu Miu e Moschino, a tendências também faz parte do figurino de artistas relevantes mundialmente, como Billie Eillish e Justin Bieber.
Jessica Payne, chefe de moda do Pinterest, afirma que as pesquisas por balaclavas aumentaram 230% desde novembro e, de acordo com a CNN, no segundo semestre de 2021 houveram 102,6 milhões de vídeos com a hashtag #balaclava no TikTok. Alguns criadores do fashion TikTok brasileiro, como Malu Borges (@maluborgesm), também adotaram o adorno, dividindo opiniões e se tornando alvo de ambos elogios e críticas.

FONTE: Metrópoles
Rachel Tashjian, crítica de moda da GQ, diz que a obsessão com o acessório começou provavelmente em 2018. Segundo ela, sua popularidade se deve à grife de streetwear Vetements, que lançou uma coleção de acessórios com balaclavas militares na época.
Apesar do estouro recente, as balaclavas existem desde o século XIX. Ela recebe o nome da cidade de Balaclava, localizada na Ucrânia, que foi cenário de uma batalha em 1854, durante a Guerra da Crimeia. A falta de uniformes para os soldados foi um problema nesse período, e a notícia rapidamente chegou no Reino Unido, aliado da Ucrânia. Para reverter a situação, as mulheres britânicas começaram a tricotar gorros para cobrir o rosto dos soldados, assim tornando-o símbolo dos militares do Leste Europeu.
Por conta da sua origem, as balaclavas são associadas aos militares do Leste Europeu, e carregam conotação de guerra, agressividade e ameaça. Porém, nos últimos anos ela transfigurou-se em um símbolo de moda.

FONTE: Fine Art America
Mas por que o acessório causou tanta indignação na internet?
A polêmica envolvendo o uso da balaclava vai além da estética, ao ponto que alguns internautas trazem uma visão social e a criticam como sendo um acessório elitista. Com recorrentes eventos de violência policial contra pessoas negras e pobres, e os recentes movimentos em resposta à tal, como o Black Lives Matter, é possível discutir a questão dos privilégios raciais. Enquanto ela não apresenta perigo para pessoas brancas e ricas, surge o questionamento se este seria um adorno no qual pessoas pretas poderiam usar tranquilamente nas ruas.
Ademais, a balaclava gerou discussões sobre apropriação cultural e intolerância religiosa por conta da sua semelhança com o hijab, cujos usuários lidam diariamente com o preconceito alheio.
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