Análise do figurino de Marilyn Monroe no filme “Blonde”
- Comunicação e Marketing
- 10 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Por Giovana Freitas
Colaboração Bianca Vieira
10 de Novembro de 2022

“Blonde”, o filme inspirado no romance de Joyce Carol Oates lançado em 2000, apresenta uma releitura ousada da vida de Marilyn Monroe, um dos ícones mais famosos de Hollywood, desde sua infância tumultuada até sua ascensão meteórica, misturando fato com ficção. O filme lançado pelo streaming da Netflix no final de setembro gerou muita insatisfação por parte do público por desrespeitar a memória da atriz, mostrando-a sendo constantemente explorada e sofrendo. Apesar do enredo não fazer jus ao grande ícone que foi Marilyn Monroe, o figurino cumpre o seu papel de recriar os principais looks da atriz.

A figurinista Jennifer Johnson, responsável por outros filmes como “Eu, Tonya”, aproveitou a oportunidade para apresentar as duas Marilyns no filme, a Marilyn Monroe e Norma Jeane, enfrentando o desafio de montar os icônicos figurinos da atriz. Em seu processo, a figurinista assistiu todos os filmes de Monroe e se aprofundou nas imagens de arquivo dela, tentando entender melhor os vestidos que eles tentaram recriar.

Foram as cenas mais chamativas como Marilyn que foram realmente desafiadores para Johnson, como clássico vestido rosa sem alças usado em “Gentlemen Prefer Blondes” e o vestido branco plissado de “The Seven Year Itch”, que ficou famoso acima de sua cintura graças a uma corrente de ar através de uma grade do metrô, cujo foram necessários cerca de 50 metros de tecido para recriar o plissado, após muitos erros e acertos.
Para tornar as coisas ainda mais difíceis, Johnson teve que considerar que as cenas do filme foram filmadas em cores e em preto e branco, e que ainda não sabia quais eram as roupas que seriam usadas nas filmagens preto e branco, “Isso foi desafiador porque em preto e branco certas cores parecem muito planas e lamacentas.”
A maior parte do guarda-roupa foi construída sob medida desde o início e como Monroe era conhecida por sua sexy figura de ampulheta, a equipe figurinista fizeram pequenos truques na construção das roupas para que Ana De Armas, a intérprete de Marylin, se sentisse mais curvilínea, evitando uso de próteses. Em vez disso, pequenos truques foram usados, como acolchoar levemente a calcinha e o sutiã.

Detalhes especiais que você pode nem notar no filme também foram importantes para Johnson e a equipe de figurinos. Um dos vestidos no filme, por exemplo, é uma recriação de um vestido Some Like It Hot desenhado por Orry-Kelly que Monroe usa para cantar com uma banda ao vivo. Na pesquisa de Johnson, descobriram que Kelly desenhou um coração transparente forrado com strass na parte esquerda do quadril. Apesar de não ser possível ver no filme, a figurinista quis dar esses pequenos presentes para Ana, para ajudá-la a entrar no personagem.

Já para suas cenas como Norma, Johnson queria uma abordagem reduzida para De Armas. A Norma Jeane era bem minimalista, diferente da imagem apresentada por Hollywood de Marilyn Monroe. Ela não era obcecada por roupas e era importante para a equipe encontrar o maior número possível de fotos dela e depois preencher os espaços em branco com o que ela realmente poderia ter vestido. Através de sua pesquisa, Johnson descobriu que Monroe se tornou uma boa amiga da designer Anne Klein e desenvolveu o visual muito chique que era a gola alta preta e o par de calças capri. Ela desejava passar a imagem de ser uma artista séria, Norma Jeane era muito inteligente com negócios e imagem, e queria ser levada a sério como atriz.
E já assistiu ao filme “Blonde”? O que achou da representação das roupas icônicas de Marilyn Monroe?
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