Victoria's Secret Fashion Show 2024: O retorno da estrela das lingeries
- Comunicação e Marketing
- 19 de out. de 2024
- 5 min de leitura
Após um longo período de afastamento das passarelas, a marca retorna prometendo uma noite de glamour, inclusão e performances eletrizantes, mas será mesmo que ela cumpriu o checklist?
Por Kaio Antonio Bispo
19/10/2024
Na última terça-feira (15), aconteceu em Nova York o tão aguardado Victoria's Secret Fashion Show 2024. Este evento foi extremamente significativo para o mundo da moda, marcando o retorno da marca às passarelas após seis anos sem desfiles no formato tradicional. Continue no texto para descobrir tudo o que rolou em um dos desfiles mais marcantes do ano.
O icônico Pink Carpet
O espetáculo começou com a abertura do Pink Carpet. As cantoras Lisa e Tyla foram as primeiras a serem entrevistadas pelas apresentadoras, ambas comentando sobre o sonho de se apresentarem no desfile e como prepararam um grande show, sem revelar muitos detalhes do que estava por vir. Além de compartilhar a perspectiva dos convidados no tapete rosa, as apresentadoras Olivia Culpo e Tefi Pessoa nos levaram aos bastidores do desfile, conversando com modelos como Tyra Banks, Alex Consani, Jasmine Tookes e Isabeli Fontana. Elas destacaram a importância do retorno da marca para a moda e como estavam felizes por participar do evento.
Uma novidade interessante foi que esta foi a primeira vez que a marca transmitiu o desfile pelas redes sociais, tornando a passarela mais acessível ao público, como destacado pelas produtoras executivas Sarah Sylvester e Janie Schaffer durante suas entrevistas. Além das personalidades mencionadas, o Pink Carpet contou com a presença de Ciara Miller, Remi Bader, Jordyn Woods, Madison LeCroy, Sunisa Lee, Antoni Porowski, Cher, Dylan Sprouse, Coco Jones e Xandra Pohl.
Voando com Adriana Lima
O show começou com um fashion film do desfile, mostrando cenas dos ensaios e momentos descontraídos das modelos. Lisa abriu a passarela com uma performance de seu novo sucesso, Rockstar, com direito a uma coreografia impecável e um jogo de câmeras para captar os melhores ângulos. Durante a apresentação, ela simulou um desfile, preparando o terreno para Gigi Hadid, que entrou com um look de asas automotivas. Anok Yai também se juntou ao contexto e apareceu deslumbrante marcando um look de pétalas. Em seguida, outras modelos desfilaram, exibindo seus looks ao som de Chappell Roan e, posteriormente, Charli XCX. O destaque desse primeiro ato foi a presença hipnotizante de Adriana Lima, desfilando com asas metálicas. A modelo, veterana na marca, trouxe uma nostalgia à passarela, com sua presença marcante.
Gigi Hadid e Adrina Lima desfilando no Victoria's Secret 2024 / Kevin Mazur for Getty Images
Make Me Lose My Breath
No segundo ato, outro fashion film foi apresentado, seguido pela apresentação de Tyla, que trouxe ao palco seus hits "Push 2 Star" e "Water". O cenário azul contrastava perfeitamente com o show, enquanto as modelos exibiam suas novas peças. Alex Consani, famosa por sua presença nas redes sociais, destacou-se com um look de ombreiras que imitavam asas. Ela, juntamente com Valentina Sampaio, compõem sendo as únicas modelos trans a desfilar para a Victoria’s Secret, e Valentina merece uma menção especial por seu impacto no desfile, assim como comentaremos ao decorrer do texto.
Renda, Asas e Rock N' Roll
Mais um fashion film deu início ao próximo ato, seguido por uma performance de dançarinas, a guitarrista Orianthi trouxe um toque de rock à passarela, enquanto Kate Moss brilhou com um vestido de renda preto e plumas nas costas. A participação de sua filha, Lila Moss, também foi um dos momentos mais emocionantes do evento. Valentina Sampaio, diretamente do Ceará, também desfilou, consolidando sua parceria com a marca desde 2019, quando se tornou a primeira modelo trans a desfilar para a Victoria's Secret.
Clássico e Cintilante
O quarto ato foi aberto com outra performance de Lisa, desta vez com a música Moonlit Floor. As modelos desfilaram em looks que mesclavam tecidos pretos com detalhes dourados, cores vibrantes como vermelho e adereços como rosas e plumas. O destaque ficou por conta de Ashley Graham, que desfilou com confiança e marcou sua presença como um ícone do movimento plus size. Ela revelou que só aceitou desfilar após garantir que o compromisso da marca com a diversidade seria contínuo.
Lisa se apresentando durante o show / Ashley Grahan desfilando para a marca // Kevin Mazur for Getty Images
A Cor da Sensualidade
Neste segmento, Cher fez uma apresentação emocionante, com homenagens no telão e seus hits Strong Enough e I Believe. O vermelho dominou a passarela, com looks icônicos desfilados por Imaan Hammam, Paloma Elsesser, Adriana Lima e Bella Hadid, que encerrou o ato com estilo.
Imaan Hammam, Paloma Elsesser, Adriana Lima e Bella Hadid desfilando para a marca // Photo by Dimitrios Kambouris/Getty Images for Victoria's Secret
Tyra Banks fez chover rosa!
Caminhando para o encerramento do show como um todo, a modelo Tyra Banks foi responsável por protagonizar um ato memorável. Uma plataforma com mobilidade, que intercalava entre o piso principal do desfile e uma área em seu subsolo foi anexada a estrutura da passarela, com isso, Tyra surgiu do chão e exibiu o seu look refletivo, desfilando com a atitude que só ela conseguiria sustentar. As modelos que desfilaram anteriormente, logo surgiram atrás dela para se despedir dessa noite inesquecível, utilizando da chuva de confetes que simulavam pétalas para agregar ainda mais valor sentimental à cena.
De pouquinho em pouquinho
A Victoria´s Secret foi fundada em 1977 e ficou bastante conhecida no mercado da moda pelas suas coleções de lingerie e por elevar a autoestima feminina, porém ao decorrer do tempo, a marca relutou para se adaptar aos contextos sociais em que as personas femininas estavam inseridas e por isso o seu patamar como marca de referência no mercado passou a entrar em declínio. O motivo dela ter ficado tanto tempo longe das passarelas se deu pelo fato do público estar cada vez mais ligado com questões que envolviam a diversidade, cobrando uma espécie de posicionamento que por tempo até demais deixou de existir e que foi enterrado pelo afastamento da marca sob os holofotes. No show que acompanhamos agora, notamos que corpos femininos plurais passaram a ser incluídos nas diretrizes da marca, por ainda seja pouco, notamos modelos trans, modelos de maior idade e também uma certa abertura para incluir modelos que estão chegando agora ao mercado. A marca ainda precisa estudar um pouco mais sobre como abordar o assunto, é claro que entendemos essa tentativa como um passo importante para os próximos passos dela, mas ainda assim, uma posição como essa não precisa esperar que um rebuliço aconteça para ser exercida pelo planejamento criativo. O mundo passa por mudanças e a moda com ele se movimenta, uma marca que se recusa a aceitar a ascensão de minorias nos cenários da indústria, regride e estabelece um padrão inaceitável, que promove um senso estético nichado e que não propõe perspectiva para o futuro. Ademais, O desfile em geral, foi visualmente agradável de se assistir, transitando de maneira leve entre as partes apresentadas e mesclando bem os momentos de passarela com os espetáculos das artistas
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